2019 | Estudos da Cultura Digital

Monitoramento: Ações de engajamento Netflix

Durante a disciplina de Estudos da Cultura Digital, ministrada pela professora Gabriela Borges (estagiária docente: Daiana Sigiliano), os alunos do terceiro período de RTVI, da Universidade Federal de Juiz de Fora, realizaram o monitoramento das ações de engajamento de cinco produções originais da plataforma de conteúdo on demand Netflix. Além de refletirem sobre as novas formas de participação e ampliação dos universos ficcionais no ambiente de convergência, os alunos analisaram a correlação entre as publicações no Facebook, Instagram, YouTube e Instagram e os arcos narrativos das atrações. 

O monitoramento foi dividido em três etapas, são elas: Levantamento das Redes Sociais,  Mapeamento dos Conteúdos e Análise dos Conteúdos.


Na primeira etapa os alunos realizaram um levantamento dos perfis gerenciados pela Netflix e/ou específicos das séries escolhidas. Na segunda etapa foram minerados os conteúdos direcionados para  o Facebook, o Instagram, o YouTube e o Twitter sobre as tramas. Por fim, na terceira etapa os alunos analisaram os contextos conversacionais referentes as produções originais. 


Ao longo das próximas semanas iremos apresentar as análises das ações de engajamento das séries Sex Education, The Umbrella Academy, The Get Down, Stranger Things e 3%.

Sex Education 



A trama é protagonizada por Otis Milburn, um estudante do ensino médio inexperiente e socialmente inepto que vive com a mãe, uma terapeuta sexual. Cercado por manuais, vídeos e conversas tediosamente francas sobre sexo, Otis é um especialista relutante no assunto. Quando seus colegas descobrem as peculiaridades de sua vida doméstica, Otis percebe que pode usar esse conhecimento especializado para ganhar status. Junto com Maeve, uma garota rebelde e esperta, ele monta uma clínica clandestina de terapia sexual para os problemas bizarros e maravilhosos de seus colegas estudantes. Ao analisar a sexualidade adolescente, Otis descobre que ele mesmo pode estar precisando de terapia.

A análise realizada pelos alunos aponta três padrões conversacionais no Twitter. Entretanto, antes de aprofundarmos a macrocodificação é importante justificarmos a escolha da rede social para a mineração completa das ações de engajamento da Netflix direcionadas para Sex Education. A API do microblogging possibilita, através da Busca Avançada, total acesso ao tuítes publicados pela conta analisada neste monitoramento. Além disso, pelo tempo de execução deste projeto seria inviável minerar todos os conteúdos do YouTube, Instagram e Facebook, além das limitações da API de cada rede. Dessa forma, optamos por analisar individualmente todos os tuítes publicados pelo perfil que integra o corpus em busca de padrões conversacionais, isto é, tópicos recorrentes entre os conteúdos compartilhados.

Os memes foram muito usados pela Netflix, além da rápido propagação na timeline os conteúdos dialogavam diretamente com os assuntos que estavam sendo discutidos no Twitter. Este timing do serviço de conteúdo on demand não só aproximava o universo ficcional de Sex Education do público, fazia com que o tuíte fosse incorporado a diversos fluxos.

Outro contexto conversacional adotado nas ações da série é a curadoria. O perfil analisado interagia com os telespectadores interagentes indicando programas do seu catálogo. A estratégia personificava a marca, que se dirigia ao público de uma forma coloquial, e estimulava o consumo de outros títulos.

O terceiro contexto conversacional é a cadeia de consumo. Seja por meio dos memes ou das indicações de outras séries as ações de engajamento da Netflix criam um ciclo de consumo para os telespectadores interagentes. Ao correlacionar os personagens de distintas séries, ao falar para o público assistir outras tramas do seu catálogo, o serviço reforça a sua marca e estimula o público a passar mais tempo consumindo os seus conteúdos.

Confirma esta análise e todo o monitoramento de Sex Education na integra:

The Umbrella Academy



Em um mesmo dia de 1989, quarenta e três crianças nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez. Sete foram adotadas por um industrial bilionário, que cria a Umbrella Academy e treina seus "filhos" para salvar o mundo. Agora, os seis membros sobreviventes se reúnem depois da notícia da morte do pai e precisam trabalhar juntos para resolver o mistério de sua morte. Mas a família incomum começa a se desentender em razão dos conflitos causados pelas diferentes personalidades e habilidades – tudo isso em meio à ameaça iminente de apocalipse global.

A análise realizada pelos alunos aponta três padrões conversacionais no Twitter. O primeiro ponto que chama a atenção na macrocodificação é a forma como a Netflix aproveita o fluxo conversacional do momento para propagar o lançamento de The Umbrella Academy. Seja através de memes e/ou assuntos do momento, o serviço de conteúdo on demand integra os principais arcos narrativos da atração ao buzz da rede social. Dessa forma, além de aproximar a série do cotidiano dos interagentes, a Netflix, mesmo que indiretamente, amplia o seu público, ou seja, mesmo que o integrante não conheça a trama ele poderá se identificar com o meme. 

Outro contexto conversacional observado no monitoramento das ações de The Umbrella Academy é a aproximação dos universos ficcionais. A partir de temas e fotos dos personagens o perfil da Netflix tenta correlacionar diferentes séries. Nesse contexto, o serviço estimula que o público conheça outras atrações do seu catálogo. O mesmo acontece quando o perfil indica títulos para os interagentes, propiciando o consumo em cadeia.

Por fim, o último contexto conversacional está relacionado ao universo ficcional de The Umbrella Academy. Com uma ampla rede de personagens, a plataforma apresenta e reforça o perfil de cada um dos personagens. Os posts ajudam o público a se familiarizar com a trama e destacar a importância dos personagens no desdobramento da temporada.

Confirma esta análise e todo o monitoramento de The Umbrella Academy na integra:

The Get Down


Ambientada em Nova York durante o ano de 1977, The Get Down conta a história de como, à beira das ruínas e da falência, a grande metrópole deu origem a um novo movimento musical no Bronx, focado nos jovens negros e de minorias que são marginalizados. Entre o surgimento do hip-hop e os últimos dias da Disco Music, a história se costura ao redor das vidas dos moradores do Bronx e de sua relação com arte, música, dança, latas de spray, política, religião e Manhattan.

A análise realizada pelos alunos aponta três padrões conversacionais no Twitter. O primeiro ponto está relacionado com a ampliação do universo ficcional de The Get Down. A ambientação da série ganhou novos desdobramentos através das ações transmídia no YouTube e no microbbloging. O cenário musical fictício da trama se misturou ao repertório de artistas nacionais. Nesse sentido, os tweets observados aproximavam o público da atração, além de trazer verossimilhança. 

O segundo ponto observado na macrocodificação também é recorrente nos monitoramentos anteriores. Grande parte das interações da Netflix com os telespectadores interagentes estimulam a cadeia de consumo. Isto é, a partir da curadoria de séries o serviço de conteúdo on demand indica programas que integram o seu catálogo. O mesmo acontece quando o perfil da plataforma correlaciona os personagens de tramas diferentes como, por exemplo, The Get Down, Cara Gente Branca e Better Call Saul. 

O terceiro e último padrão conversacional é a interação do perfil com o público. Isto é, a Netflix estimula a participação dos telespectadores interagentes através de memes, enquetes e perguntas. A ação de engajamento aproxima o serviço dos assinantes e gera buzz na timeline.

Confirma esta análise e todo o monitoramento de The Get Down na integra:
Stranger Things


Em novembro de 1983, na pequena cidade de Hawkins, Indiana, um garoto de 12 anos, Will Byers desaparece misteriosamente. A mãe de Will, Joyce, torna-se frenética e tenta encontrar Will, enquanto o chefe de polícia Jim Hopper começa a investigar, assim como os amigos de Will: Mike, Dustin e Lucas. Uma menina psicocinética que sabe o paradeiro de Will é encontrada pelos garotos. À medida que eles descobrem a verdade, uma sinistra agência do governo tenta encobri-los, enquanto uma força mais insidiosa espreita logo abaixo da superfície.

O primeiro contexto conversacional observado é o uso de memes. As ações da Netflix inserem o universo ficcional de Stranger Things nos assuntos do momento e explora novas perspectivas da trama, aproximando os personagens do público.

O segundo ponto observado na macrocodificação é a fidelização dos fãs, os tweets postados pelo serviço de conteúdo on demand estimulam a participação do público ávido. As postagens pedem para os interagentes responderem qual cenas eles mais gostaram, qual é o personagem mais querido e etc, e aumentam o buzz em torno da trama.

Por fim, assim como nos outros monitoramentos os tweets reforçam os títulos do catálogo e as produções originais da Netflix. Através da curadoria e da participação dos telespectadores interagentes o perfil estimula a cadeia de consumo. Essa retroalimentação abrange desde a indicação de séries para maratonar até a correlação de universos ficcionais.

Confirma esta análise e todo o monitoramento de Stranger Things na integra:

0 Comentários